Balanço da Copa do Mundo foi um traque - por Milton Gurgel, advogado militante
Uma vitória estupenda foi transformada em traque pelos marqueteiros do governo federal. Um misto de falta de visão, de sensibilidade política, combinado com estreiteza e mesquinhez.
Explico melhor. A oposição ao governo federal, aí incluída a grande mídia (Globo, Estadão, Folha, Veja, SBT, Bandeirantes, etc), alardeou - ou criando fatos ou ampliando desmesuradamente seus efeitos - aos quatro cantos do mundo, que com a realização da copa, cá no Brasil, o fim do mundo estava chegando. Um misto de armagedon, com cavalheiros do apocalipse, com caos. Nada funcionaria, nem estradas, nem aeroportos, os estádios (padrão Fifa) não ficariam prontos. A comunicação seria feita com sinal de fumaça dos índios, pois a "rede" iria cair e nem a Net (Globo / Claro) não ficaria de pé.
O governo federal corrupto, ladrão, e incapaz não conseguiria organizar o evento. Estrangeiros seriam assassinados ao pisarem em solo brasileiro por integrantes do PCC unidos aos Black Blocs, mortes por causa de desabamentos de estádios, comércio em declínio e todas as palavras negativas, conjugados com as sete pragas do Egito, cansaram de ser utilizadas pela mídia.
Chegou a Copa. Um sucesso absoluto em diversos níveis.
No futebol, para os apaixonados, jogos magníficos. Ficou conhecida como a Copa da Copas.
Na organização. Pequenos deslizes imperceptíveis.
Na segurança, tirando a invasão pelos chilenos do Centro de Imprensa no Maracanã, nada digno de nota.
A comunicação bateu recordes jamais imaginado.
Feito o balanço final, a presidente Dilma reúne-se com quinze ministros e comunica a nação o belo resultado obtido. Parabéns....
Porém, o que era para ser uma comemoração excepcional, estupenda, vitoriosa, foi transformado em um traque.
Custava a presidência chamar os doze governadores, responsáveis direta ou indiretamente pelas arenas construídas, dizendo que foram eles os responsáveis pela segurança nos Estados e nos estádios, onde foram realizados os jogos. Afinal a Polícia Civil do Rio de Janeiro está sendo elogiada no mundo inteiro, porque desbaratou a quadrilha dos ingressos, alojada há vários anos - desde 1998 - no interior da Fifa …
Custava a Presidência convidar os doze prefeitos das cidades onde estavam localizados os estádios e dizer que eles foram os responsáveis pela locomoção de centenas de milhares de pessoas nas cidades !
Custava a Presidência chamar um grupo de 100 voluntários dentre os 100 mil, que ajudaram na organização ?
Custava a Presidência chamar um grupo de empresários e agentes públicos que construíram os aeroportos e estradas e restaurantes, e atenderam, durante a Copa, muito bem a população nativa e estrangeira.
E juntá-los todos na cerimônia de balanço e fazer um agradecimento à nação, aos empresários, aos governadores, aos prefeitos, aos voluntários, , aos estrangeiros e sobretudo ao povo brasileiro e dizer que o sucesso do evento se deve a participação de cada um deles. Que sem eles o evento não teria se realizado.
Tudo isso sob a coordenação do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Que custaria ???
No final, a montanha pariu um ratinho, fruto de uma visão mesquinha e estreita da organização do evento (de prestação de contas) que colocou a presidente, em uma situação constrangedora, ao transformar uma belíssima comemoração em um traque....
Nenhum comentário:
Postar um comentário